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Eu sou mais um no meio dessa multidao chamada babilonia visando compreender sempre os seres humanos com seus comportamentos imprevisiveis... QUERO TROCAR IDEIAS SOBRE ARTES, MUSICA, POSITIVISMO, FISICA ENERGETICA MUNDANA, ESPORTES E NATUREZA.

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Yoga e empreendedorismo

11 Não se sabe exactamente quando nasceu a tradição do Yoga, mas a história cultural do Yoga remonta ao século IV a.c., oriunda da civilização do Vale do Indo (Feuerstein, 1998). No século II a.c. emergiu o Yoga Clássico, que foi codificado por Patánjali no seu famoso Yoga Sutra que se converteu no sistema filosófico por excelência (Feuerstein, 1998). Para além do Yoga Clássico, existiram outras escolas de Yoga no período que sucedeu a Pantánjali. Enquanto que o Yoga Clássico propunha uma filosofia dualista (distinguindo entre espírito e matéria) quase todas as outra escolas Yoguicas defendiam a metafísica não dualista (advaita)1 instalada na índia desde os tempos remotos (Castro, 2004). A tradição milenar do Yoga é complexa, sendo entre outros aspectos, considerado como uma disciplina de crescimento espiritual. O estudo do ser humano é tratado como um todo, onde está presente a filosofia, o conhecimento, o controle da mente, as emoções, a energia e a metafísica. A história e a literatura sobre o Yoga alastraram se às mais variadas tradições ocorrendo uma intensa osmose entre Hinduismo, Budismo, e Jainismo; as três grandes tradições e cultos espirituais da Índia. Durante os dois últimos séculos tem se assistido à deterioração das crenças e das tradicionais religiões na América, Europa e noutras partes do mundo (Devanada, 1999). Vive se actualmente, segundo alguns autores (e.g. Devanada, 1999), num mundo fragmentado que está a suscitar insegurança, desespero, e confusão generalizada. O Yoga chegou ao Ocidente no início do século passado, sendo que a maioria dos seus praticantes Ocidentais inserem se no Hatha Yoga (Singleton, 2005); o Yoga da transformação do corpo e da energia. Um dos mestres mais reconhecidos dentro deste método, Suami Vishnu Devananda, foi o fundador do Centro Sivananda Yoga Vedanta. Este mestre foi um dos grandes dinamizadores do Yoga na cultura Ocidental com a edição de El libro de Yoga, em 1983. A prática do yoga aporta benefícios não só físicos ao Yogin2 como também psicológicos (Schell, Allolio & Schonecke, 1994). Estudos realizados sobre os efeitos da prática do Yoga (e.g. Lamb, 2004), mostram a existência de vantagens a nível psicológico e 1 Advaita, em sânscrito traduzido como “não dual”, escola filosófica do hinduísmo que lida com o conhecimento do indivisível Ser ou Atma. 2 Pessoa que pratica Yoga. 12 cognitivo, tais como: aumento da memória, aumento da concentração, melhoria na qualidade da aprendizagem, aumento do desenvolvimento pessoal e diminuição de ansiedade. Assiste se hoje ao recurso da prática do Yoga, por empresários reconhecidos como o caso de Dave Jakubowski, vice presidente de Business Development for Internet service provider United Online3, como um meio de maximizarem (as suas capacidades mentais) a eficiência do seu trabalho. As técnicas de respiração yoguica (e.g. Mukha Bhastrika) já mostraram que induzem mudanças nas EEG (Electroencefalograma) na somatização sensorial e parietais áreas do córtex do cérebro (Bhavanani, Madanmohan & Udupa, 2003). Kapalabhati é uma técnica de respiração yoguica que utiliza os músculos abdominais, segundo Stancak, Kuna, Srinivasan, Dostalek e Vishnudevananda (1991), aumenta a actividade mental, e induz a um estado de alerta e serenidade, necessário a tomada de decisões importantes. O yoga também promove a auto-confiança (Malathi & Damadoran, 1999), a auto-realização (Satyananda, 1980) e a auto-estima, sendo esta uma componente essencial na construção do bem estar (Diener, Suhe & Lukas 1984). Estas características psicológicas, entre outras, assinaladas na revisão de literatura, são referenciadas como fazendo parte do espírito empreendedor, cuja importância é reconhecida, nos empresário para o desenvolvimento da economia dum país, como consequência desta constatação verifica se um crescimento de cursos sobre empreendedorismo (Koh, 1996). O empreendedor é aquele que é capaz de inovar, identificar e criar oportunidades, combinar recursos para extrair máximo benefício das inovações (Liles, 1974, citado em Gartner & Shane, 1995). Segundo a revisão de literatura (e.g. Koh, 1996; McClelland, 1961; Green, David & Dent, 1996) os empreendedores partilham certos atributos pessoais, sendo os mais proeminentes: a necessidade de auto realização, a necessidade de auto controlo, a propensão ao risco, a tolerância, a ambiguidade, a autoconfiança e a inovação. Shaver (1995) elaborou um estudo sobre as características psicológicas e cognitivas, e descobriu que as atitudes, habilidades interpessoais e processo de cognição pessoal podem ser aprendidas ao longo da vida, nomeadamente através da formação e educação. A questão da educação tem sido relevante para diversos investigadores, dada a sua importância para o desenvolvimento do indivíduo, reflectindo no desenvolvimento da própria nação. A importância da educação, é identificar e criar os empreendedores 3 http://www.businessweek.com/magazine/content/03_30/b3843076.htm, acedido em Dezembro 15, 2007. 13 potenciais, ao longo do processo educacional, o que produzirá benefícios económicos a longo prazo (Rasheed, 2000). Por outro lado, Winslow, Solomon e Tarabishy (1997) acreditam que há uma necessidade de abandonar as formas tradicionais do ensino e os métodos de avaliação, para adoptar métodos não convencionais para a educação empreendedora, como seja a prática do Yoga. Tendo em consideração os atributos pessoais e cognitivos do empreendedor, identificados por diversos autores na revisão da literatura, e os efeitos positivos a nível psicológico que o Yoga desenvolve, confirmados por alguns estudos, colocam se, principalmente, duas questões de investigações: 1. Será que a prática do Yoga pode contribuir positivamente para o reforço/aprendizagem de alguns atributos psicológicos do empreendedor? 2. Será que a prática do Yoga pode contribuir positivamente para o reforço/aprendizagem do processo cognitivo do empreendedor? A importância destas questões prende se com a possibilidade de introduzir a prática do Yoga ao nível do ensino secundário e universitário que fomente algumas das características psicológicas e alguns dos atributos cognitivos relacionados com o perfil do potencial empreendedor. Estas questões serão testadas através da elaboração dum inquérito por questionário, que será submetido a uma população de estudantes universitários. Pretende se obter uma amostragem sobre dois grupos universitários, cuja distinção seja a prática ou não do Yoga. A interpretação dos resultados dos questionários dará uma resposta aos objectivos deste estudo: (1) analisar se as características psicológicas e cognitivas induzidas pela prática do Yoga contribuem para a promoção dos atributos psicológicos e cognitivos associados aos empreendedores, e o incremento do número de Universitários empreendedores; e, (2) verificar se outros factores, para além das características psicológicas e cognitivas, tais como a educação/curso e a forma como o estudante universitário vislumbra o seu futuro profissional, influenciam a propensão para a criação de empresas dos estudantes universitários. É de referir também que em termos científicos este estudo é inédito, pois não existe nenhuma investigação anterior, quer a nível nacional, quer a nível internacional, no âmbito da prática do yoga como motor impulsionador de alguns atributos psicológicos e cognitivos associados a potenciais empreendedores, no caso deste estudo: estudantes universitários. Inicialmente será realizada uma explanação sobre a importância do empreendedor na economia de um país, e a sua conceptualização. Na seguinte secção será abordado o Yoga e os seus benefícios psicológicos. Posteriormente este estudo terá como objectivo analisar a questão dos possíveis contributos que o Yoga possa ter na educação empreendedora do Universitário, que será realizado na secção da metodologia. De seguida é feita a apresentação e discussão dos resultados obtidos e a análise das hipóteses de investigação através do tratamento de dados recorrendo ao programa SPSS 16.0 e ao modelo de equações estruturais (AMOS) e à apresentação dos resultados obtidos através do tratamento estatístico. Por fim, referem se as principais conclusões do estudo, que visam contribuir para um melhor conhecimento sobre a temática em estudo, concluindo com a referência às limitações encontradas e orientações para futuras investigações neste domínio.

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