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- barbarella
- Eu sou mais um no meio dessa multidao chamada babilonia visando compreender sempre os seres humanos com seus comportamentos imprevisiveis... QUERO TROCAR IDEIAS SOBRE ARTES, MUSICA, POSITIVISMO, FISICA ENERGETICA MUNDANA, ESPORTES E NATUREZA.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010
Teoria das Necessidades de Maslow
Motivação nas Atividades Humanas – Teoria de Maslow
Pense nas suas necessidades primárias, depois em suas vontades, desejos e realizações. É bem isso o que Maslow propõem em seu trabalho, numa escala de satisfação motivacional, que faz com que o indivíduo avance para progredir nos caminhos de suas realizações.
Talvez você pergunte: “O que acontecerá se as satisfações primárias, que estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo, não forem satisfeitas?”
A reação é um elemento variável, cada indivíduo terá uma resposta, dependendo do ambiente, da cultura ou da personalidade aliada ao seu estado psicológico emocional. No entanto, as compensações são buscadas na satisfação destas necessidades, mesmo que não estejam adequadas à complementação deste ideal.
A fome é assistida pelo estado psíquico, emocional e físico; enfim, todo o organismo irá reagir ficando condicionado a uma resposta para sua sustentação.
A busca de satisfação não é só material, mas, está ligada, também, às necessidades básicas de segurança no sentido social, afetivo e de realizações. Estas hierarquizações englobam certas singularidades em si mesmas, assim, cada indivíduo terá uma busca de realizações específicas, tais como social, familiar e profissional.
Tão diferente dos animais, somente o homem tem em si a característica da motivação. Avaliando seus objetivos, esses determinantes ideológicos físicos o conduzirão à sua finalidade.
O equilíbrio no indivíduo se deve à sustentação de seu estado emocional, como ser aceito pela sociedade, o reconhecimento de amar-se e ser amado, esse fato o fará sentir-se realizado. A perda da satisfação promoverá doenças, surgindo distúrbios psicológicos e físicos.
A contínua insatisfação do homem o difere também dos animais, pois a motivação dos objetivos, buscando aperfeiçoamento na ciência, vencendo continuamente seus desafios, com o propósito de atingir seu ideal de realizações, o coloca como um ser único.
A teoria “Dinâmica – Holística”, das cinco necessidades básicas físicas de segurança, sugere que se estas forem supridas, o indivíduo adentrará em suas realizações sociais, de auto-estima e de realizações. Esta teoria leva em consideração as variáveis ambientais, culturais e pessoais.
A grande contribuição de Maslow, para a ciência, é na aplicação do trabalho e a contribuição psicológica do comportamento humano. Assim, compreende-se o desenvolvimento do ser como necessidades e estágios a ser supridos nos aspectos relacionados à sua operação são indicadores relativos aos seguintes temas: educação; saúde; habitação e saneamento; mercado de trabalho; rendimento do trabalho; comércio; segurança; transportes; comunicações; esporte, cultura e lazer; participação comunitária e descentralização administrativa.
1.2 Necessidades Fisiológicas
Na base da hierarquia proposta por Maslow, a Necessidade Fisiológica, tem a definição da homeostase que mantém em equilíbrio toda função orgânica e psíquica, sustentando, em igual proporção, a alimentação física, seja de água, proteína, gordura, cálcio, oxigênio, etc.
A necessidade fisiológica predomina sobre todas as outras, sem satisfazê-la não se move para outro nível, no entanto, este modelo cíclico orgânico varia sempre em grau e intensidade, seguindo os mesmos da defesa.
É importante deixarmos claro que a sustentação desta base tem um grau maior de poder sobre outras fases, e também a sua variação e complexidade a cada núcleo social e geográfico existente na terra, compreendendo a situação geo-econômica e geo-cultural neste comportamento em que influencia o homem na sua produtividade. Partindo desse princípio, isso pode comprometer ou colaborar com o trabalho. De acordo com MAYER,
“Os efeitos de uma má alimentação são, por conseguinte, muito mais profundos e mais amplos do que se pensava. Influem na duração e na qualidade da própria vida, na capacidade de trabalho, no estado psicológico das populações.” CASTRO, apud MAYER, 1967, p. 3
O trabalho de Castro, no seu livro Geografia da Fome, estuda as influências na estrutura econômica e social dos diferentes grupos culturais na terra, e analisa ainda, o estado de subnutrição decorrente de uma determinada cultura alimentar, mesmo naquelas que sabemos ter condições econômicas suficientes para uma boa alimentação, tais como os Estados Unidos da América. Quanto aos estudos de classificação das doenças relacionadas nesta geografia, o autor aponta a carência de certos nutrientes no indivíduo, por causa dos costumes alimentares.
A necessidade fisiológica é de extrema importância na construção do suporte de sustentação desta base, somente através dela é que o indivíduo se motivará a subir nos degraus da pirâmide, segundo Maslow.
1.3 Necessidades de segurança
A segurança se reflete no medo constante do indivíduo, não apenas da violência social, mas da ansiedade nas perdas das condições econômicas que lhe dão suporte, no ambiente de trabalho, nas circunstâncias geradoras imprevisíveis dos acontecimentos mundiais, no clima, no desamparo familiar. Tudo isso tem um papel fundamental na estabilidade do controle do indivíduo quando em ambiente favorável. Quando certas atitudes desfavorecem estas condições, como a criança quando é punida, ameaçada, agredida verbal ou fisicamente, pode vir a fazer diferença no seu desenvolvimento ao atingir escalas superiores no nível hierárquico de Maslow. Essa necessidade pode se manifestar de forma real, social ou psicológica . As condições de saúde na velhice e a necessidade de amparo, por exemplo, levam o indivíduo a buscar pela segurança.
1.4 Necessidades sociais
Quando satisfeita a base, as Necessidades Sociais são o princípio da conquista do homem para atingir o topo de suas realizações.
O primeiro contato social do homem é o seu eixo familiar. Neste ambiente o homem procura realizar-se emocionalmente, dividir suas idéias, trocar emoções e familiarizar-se a um determinado núcleo social. Bem cedo o homem interpreta essa necessidade por uma questão de sobrevivência. Quando esta importância é acentuada, promove estresse e causa problemas psíquicos e emocionais.
Apesar da individualidade do homem pós-moderno, como característica essencial, a busca por satisfação social não acomete de forma isolada apenas quem busca sua identidade enquanto grupo.
A imagem do homem no seu núcleo social poderá satisfazê-lo ao mover-se ao topo da pirâmide nesta hierarquia, assim ele cria sua identidade, pois faz definições próprias destes conceitos, sendo este mesmo ciclo individual que irá promover diferentes conceitos de realizações, assim pois o amor nem sempre é ligado à realização sexual.
O homem é um ser social, neste sentido faz parte até de sua sobrevivência, sendo portanto ainda o conjunto de suas necessidades, tanto fisiológicas quanto emocionais. As atitudes do indivíduo resultam na sua aceitação ou não pela sociedade, constituindo, assim, parte dos elementos no ciclo motivacional de Maslow.
1.5 Necessidades de auto-estima
O desejo de pertencer a um determinado grupo social ou unir-se a uma determinada pessoa não é tão importante quanto possuir uma avaliação positiva do grupo de afiliação, de reconhecimento, de valorização, de apreciação por parte das pessoas.
Assim, a aceitação de si mesmo é de fundamental importância para reconhecer seu poder de atratividade e realizar-se. Esta característica no homem é uma particularidade indissociável na vida para almejar a auto-realização.
O desejo de ser correspondido fornecerá confiança, respeito, status, prestígio, consideração, independência ou autonomia. Se for aceito na sociedade irá medir o grau de sua auto-estima.
Este item é agravante na motivação, pois é essencial ao homem sentir–se valorizado, para isso ele não mede esforços para conquistar a aprovação.
No entanto, para chegar neste princípio é necessário o individuo ter em si mesmo esta aceitação. Como poderá ser amado se não for capaz de ter amor próprio? Aceitar-se é fundamental no homem, é a mola motriz para caminhar em direção à realização social e profissional.
Devemos destacar que a falta de auto-estima no homem pode criar neuroses que, agravadas, podem gerar comportamento violento, adotando medidas compensatórias.
1.6 Necessidades de auto-realização
Este nível atingido é prova de que as circunstâncias favoreceram para sua chegada neste topo, passando pelos estágios cíclicos desde a base, tais como as necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de auto-estima.
Está no homem a busca incansável em domar os estágios da vida para sua auto- realização. Sua convicção faz parte da própria natureza em atingir o máximo de si.
Para atingir tal efeito é necessário o homem expressar seu talento, sua coragem, sua espontaneidade, fazer o que realmente gosta, elucidar o que vai à alma, no espírito operante de criar e provar suas múltiplas capacidades, pois cada pessoa possui suas particularidades, formas operatórias, suas essencialidades e potencialidades, nestes determinantes efeitos sobre si e aos que com ele convivem.
Este último elemento na pirâmide constitui a busca pelo homem depois de passar pelas primárias opções, e segue em sua continuidade, pois é perene no homem a metamorfose de aprimoramento em sua realização. Essa essencialidade no homem o faz profissional.
No entanto, para se chegar a este último elemento, o ambiente propício desta realização tem de vir a fazer parte das primárias necessidades do ciclo descrito por Maslow, de sobrevivência. Resta ainda considerar situações em que muitos chegam nesse estágio por sublimação, sendo que a renúncia necessária em alguns dos ciclos faz parte desta realização, tais como artistas, cientistas e alguns profissionais que, devido à determinada situação, se obrigam a sobrepor estes estágios, abdicando de certas necessidades evolutivas que caracterizam sua sustentação mediadora.
1.7 Aplicações da Teoria
A “Hierarquia das Necessidades Humanas” opera em vários segmentos das atividades da personalidade, na clínica e organizacional, devendo ser considerado que a psicologia do trabalho teve seu maior papel entendendo a motivação no meio produtivo, para treinamento e aperfeiçoamento da qualidade total nas empresas, sendo particularizada nas organizações privadas, pelo fato de que cada núcleo social tem uma resposta única e, assim, não se pode generalizar. Se determinado grupo tende a ter necessidade de auto-estima deve ter lideres democráticos e mais igualitários, o que não acontece quando a necessidade for por segurança, idealizando uma liderança mais autoritária, e assim por diante. Entre outras situações particulares, há distinções em casos específicos e o direcionamento se dá segundo análise de cada grupo de trabalho.
As reações humanas, quando estão sob ambiente inóspito com relação às necessidades específicas, agrupam-se com os seguintes efeitos psicológicos:
a) Perda da racionalidade
b) Violência como resposta
c) Desmotivação produtiva em qualquer tipo de trabalho
d) Não correspondência ao trabalho proposto
e) Indiferença, desestímulo, apatia, não aceitação de mudanças, insegurança, e não há por parte dele qualquer colaboração.
Para entender essas fases cíclicas, os elementos primários são, resumidamente, físicos. Compreende-se que a necessidade, mesmo não satisfeita, busca uma transferência para sua compensação, assim, a motivação é um giro cíclico na vida das pessoas.
2: Behaviorismo e Teorias de Comportamento
A escola Behaviorista da psicologia estuda o indivíduo, prevendo e até modificando sua atuação segundo o ambiente, sendo induzido e manipulado pela circunstância. Esta palavra de origem inglesa, que significa “comportamento”, descreve os processos de reação externa, onde o estímulo favorece uma resposta condizente ao esperado. O método aplicado da extrospecção considera as manifestações como forma de avaliação aos fenômenos das reações físicas do indivíduo. Com este estudo é possível direcionar aplicações coordenadas de induzimento, fornecendo condições estruturais de motivações. Alguns dos defensores do Behaviorismo são Jhon Broadus Watson, que se dedicou à psicologia animal e à aprendizagem na criança recém nascida, e Skinner, que estudou o condicionamento operante realizando trabalhos no ensino programado, seguido de Pavlov quanto ao estimulo e a resposta. Esses estudiosos apresentam argumentos de que o condicionamento operante se dá em situações de ambiente favorável; o estímulo pelo reforço é um processo de continuidade como resposta esperada.
Mas afinal, o que é o behaviorismo, se não o condicionamento pelas esperadas promessas de recompensa?
Muitas vezes nos deparamos com situações, dando-nos conta de ter sido pego pelo processo desse condicionamento. Vejamos algumas situações familiares à maioria das pessoas: Quando estamos na escola, os pais sempre nos prometem um prêmio de recompensa se passarmos de ano, como bicicletas, viagens, carros, etc. Quando nos dedicamos ao trabalho, produzindo mais porque o salário compensa, o ambiente torna-se favorável, ou quanto maior for meu rendimento melhor será as minhas gratificações, e assim por diante. Essa é a chave na compreensão deste estudo, ninguém faz nada sem medir as compensações de seus esforços.
2.1 Estímulo e resposta
Entre o aparecimento de um estímulo e a emissão de uma resposta existem eventos corporais. A forma com que os estímulos afetam os órgãos dos sentidos, quando excitados, fazem os impulsos nervosos serem transmitidos até o cérebro ou medula e daí aos músculos e glândulas. É dessa seqüência que resultam as respostas que relacionadas com os estímulos, interessam aos psicólogos comportamentais. Os estímulos são uma representação de parte específica do meio, mas também podem ser internos, provenientes de órgãos ou de movimentos musculares. Todos os estudos feitos tanto em animais como em seres humanos tornaram óbvios, mesmo sem atentar para as atividades fisiológicas implicadas, que estímulo e resposta estavam freqüentemente associados numa relação causal bem definida e claramente observável. O uso da relação entre estímulo e resposta foi sugerido por Watson como uma forma de controle e predição do comportamento humano. Entre o aparecimento do estímulo e o começo da resposta há um pequeno intervalo de tempo, que é chamado de período de latência, ou período latente. Os estímulos fortes tendem, em alguns casos, a diminuir o período de latência e em outros casos não se observa alteração alguma.
2.1.1 Resposta Neural no processo condicionante.
A Resposta Neural a um estímulo envolve quatro processos: recepção, transmissão, integração e resposta pelos músculos ou glândulas, onde se procede:
Recepção: O impacto a situações é o processo de detectar um estímulo, é o trabalho dos órgãos dos sentidos e dos neurônios. Ele pode ser traumático, indiferente ou benéfico, dependendo do interesse que se dá ao recebê-lo.
Transmissão: Esta é a corrente do processo no envio de mensagens através dos neurônios, de um neurônio para outro, ou de um neurônio para um músculo ou glândula.
Integração:Quando em linha, é o processo de interpretar a informação que chega e determinar o modo apropriado de resposta.
Resposta: Após os processos de recepção, transmissão e integração, a resposta é interpretada em regiões específicas do Sistema Nervoso Central.
Dentro das causas e efeitos devemos levar em consideração que ação gera reação. São fatores ambientais inóspitos ou favoráveis que irão gerar os resultados, pois todo o organismo reage, vive e interage com o ambiente. Os reflexos são automáticos e freqüentes ao estimulo das circunstâncias, denominando-se, assim, fatores externos no condicionamento operante.
2.2 Skinner e as Teorias Behavioristas
Para traduzir o papel dos experimentos de Skinner sob as Teorias Behavioristas, é necessário descrever os seus experimentos que até hoje são realizados em laboratórios de psicologia, como citado por Barros (1995). A gaiola de Skinner é uma caixa retangular, à prova de luz e de som, que contém um orifício para a entrada de água, uma bandeja e uma barra horizontal. Do lado de fora há um depósito de bolinhas de alimentos e, quando a barra é tocada, o alimento desce e o rato come. Há, também, um mecanismo que confere quantas vezes o rato comeu, ou pressionou a barra. O condicionamento consiste em que o rato irá se acostumar com o ambiente e com a situação ofertada. Este processo de Skinner se difere das respostas do clássico condicionamento de Pavlov, reconhecendo dois tipos de condicionamento: o respondente de Pavlov e o operante de Skinner. Tais eventos ele coloca como produtivos e negativos. Este condicionamento operante tem na sua prática a eficácia da administração como recompensas a um organismo quando queremos que ele tenha certas reações esperadas.
Exemplos da aplicação operante:
Na indústria, o empresário precisa fazer o reforço conveniente no sentido de salário, mais ao ambiente e o trabalho.
No desenvolvimento do aprendiz, fornecer condições nas recompensas, sistematicamente.
Na modelagem, uma compensação quando a resposta for satisfatória.
Skinner fez um método didático conhecido como instrução programada, ou aprendizagem programada, fazendo com que o aluno estude sem a intervenção do professor. Essa característica de ensino é dada em pequenas partes onde, através dos exercícios propostos com “reforço”, o aluno determina a sua fluência e aprendizagem.
Certamente, o legado de Skinner tem muitas variáveis e críticas por muitos filósofos como um certo cientificismo, aos quais a ciência ainda tende a explicar sobre o comportamento humano, como o que segue de Kohn.
“Se entre outros, insistimos cheios de presunção, em apregoar que temos a “intenção” de fazer isto ou aquilo, é porque nos traz muita paz imaginar que somos nós mesmos que controlamos o que vamos fazer, ou porque somos ignorantes, tanto individual como coletivamente, das forças que realmente determinam nosso comportamento.” KOHN, 1998, pg.22
Kohn (1998) nos convida a refletir a nossa percepção humana de raciocínio diante das condições exposta pela sistema em nos colocar como animais.
2.3 O sistema de recompensas
Para compreender o sistema de recompensas, citaremos pontos de psicologia geral de Barros (1995), que descreve um trabalho apresentado pelo behaviorista Ivan Petrovich Pavlov, quando em experimentação com cães. Para realizar sua pesquisa sobre o reflexo condicionado, ou resposta, como preferem alguns psicólogos, Pavlov utilizou uma fístula próxima às glândulas salivares e nela colocou uma proveta graduada, de modo a permitir a medição da quantidade de saliva produzida pelo cão; assim fornecia a resposta quanto ao estimulo condicionado. Nesse procedimento, era fornecido o alimento após soar uma campainha. A reação era imediata, estimulada pelo som. Esse reflexo salivar ele chamou de reflexo condicionado. Esse procedimento foi aplicado em outros cães da mesma maneira, e verificou-se, ainda, que mesmo sem a presença do alimento, ao ouvir o som da campainha, os mesmos salivavam.
Assim, o esquema pode ser apresentado neste clássico experimento de Pavlov da seguinte forma:
E 1 > Alimento >>> R 1 Salivação,
E 2 > Som >>> R 2 Reação física,
E 2 > Som >>> R 1 Salivação
O experimento de Pavlov tornou-se conhecido como “resposta condicionada”, tendo o sentido de que todo o organismo pode dar respostas, até mesmo emocionais; e de forma reservada as reações musculares e glandulares involuntárias e não aprendidas. Dessa forma, outros estudiosos realizaram essa experimentação com seres humanos, em crianças, tendo as mesmas respostas, com algumas interessantes descobertas: pela rapidez com que se dá o condicionamento pode ser medido o grau de inteligência. Também foi realizada em pessoas adultas no condicionamento da pupila, ao som e depois à luz. Notou-se posteriormente que, com algumas pessoas, ao ouvir o som, a pupila se contraia mesmo sem se apresentar à luz. Alguns estudos de testes positivos e negativos, de forma comparada, foram realizados como base condicionante para o índice quanto ao grau de resposta.
Estes estudos tiveram grande aceitação na área da educação e profissionalização como estimulo a respostas esperadas, tanto na aprendizagem quanto no trabalho. Esses atos condicionantes resultavam no fornecimento medido no grau das expectativas aguardadas. Assim, se houvesse objetivos esperados haveria de fornecer mecanismos estimulantes de compensações.
O fornecimento de recompensas, por parte de muitos empresários, tem por objetivo o índice de desempenho, assim expressões como: Quanto melhor for o salário melhor será a resposta. Este típico pensamento Behaviorista é o que mais tem se propagado tradicionalmente pelo mundo. Este mesmo, atrelado ao capitalismo condicionante, torna-se um dogma aplicado em muitas empresas como incentivo à produtividade. No entanto, para concluir, diante da problemática análise atual de desempenho em muitas empresas, resta-nos sugerir uma reavaliação dos procedimentos de recompensas vinculados aos incentivos behavioristas, segundo Kohn.
3 Crítica às Recompensas
Segundo a escola Behaviorista, o ser humano é manipulado, condicionado, corrompido a tomar decisões, sendo induzido a uma escolha alheia até mesmo à sua inteligência. Um dos mais brilhantes críticos a essa análise é Alfie Kohn, que declara, em outras palavras, que a falta da crítica avaliativa cancela o fato de que somos nós os criadores, os pensantes críticos de nosso ir e vir. Retemos a nossa liberdade até de expressão quando, em verdade, não podemos ser comparados a meros animais movidos por salivas e reações automáticas, e sim somos os únicos entre os animais que pensamos em objetivos e metas, que criamos, desenvolvemos, modificamos nosso ambiente. Se bem observado, o homem pode, por ingenuidade ou falta de informação, e formação moral tradicional (entre outros motivos), se deixar influir. Porém, sendo portador de liberdade e raciocínio, ele irá optar e se decidir por aquilo que considera conveniente .
Entre os motivos que induzem o homem a uma resposta, está o sistema de recompensa, que alguns autores chamam de manutenção de pessoas, que exige uma série de cuidados especiais, entre os quais sobressaem os planos de compensação monetária, os benefícios sociais, de higiene e segurança no trabalho.
Segundo o cientificismo behaviorista, o sistema de recompensas segue na continuidade do estimulo a uma resposta, bem como a ausência das condições ofertadas, quando não há interesse do processo em continuidade e até a punição como um ato a ser deslocado na sua ação. Analisando, esse processo de manipulação e não de motivação, como identifica Kohn
“Esta é a razão pela qual um dos mais importantes postos (não estabelecidos) que podemos identificar é que a real escolha se faz não entre recompensas e punições, mas entre a versão da manipulação comportamental, de uma lado , e uma abordagem que não confia no controle, de outro.” Kohn, 1998, pg 39.
Alguns crêem que motivar pessoas a produzir mais seja pelas condições ambientais, remuneração e compensações que vão se somando como referenciais de estímulos, no entanto, resta-nos adentrar sob o seguinte aspecto citado por Weil:
“Você pode comprar o tempo de um homem; você pode comprar a presença física de um homem em determinado lugar; Você pode igualmente comprar certa atividade muscular, pagando-a por hora ou por dia; mas Você não pode comprar entusiasmo; Você não pode comprar iniciativa; Você não pode comprar lealdade; Você não pode comprar devoção de corações, de espíritos, de almas; essas virtudes Você deve conquistá-las.” Weil, 1983, pg, 31.
Essa expressão figura exatamente o sentido motivacional. Pessoas são dirigidas por emoções e não pelas compensações materiais, como se fosse regra um sentido avaliativo a um determinado trabalho, mesmo as dadas recompensas extras sociais, Prova disso está nos últimos acontecimentos relatados pela imprensa, sobre o Tsunami, a tragédia climática ocorrida na Ásia, onde a solidariedade ficou bem exposta, mostrando que o homem é mais movido pela emoção do que pela avaliação de recompensas, e se isso ele o fizer – pelas recompensas - não irá fazer melhor do que sua arte de sentir e realizar. A comoção social tem repercussão mais abrangente diante de aspectos climáticos, acidentes e acontecimentos familiares, devido ao fato de ter esta característica de apego e emoção que é do humano, e não do animal. Se acaso atestamos que, muito embora, somos manipulados ante alguns dos aspectos de recompensas da forma apresentada pelas pesquisas behavioristas, estejamos certos de que existe mudança na forma como a nossa sociedade evolui pelos processos de informação. As regras mudam, e isso tem se evidenciado na produção em qualquer trabalho; daí o porque, apesar das recompensas primitivas consideradas como únicas para o sentido de manipulação, não terem correspondido em fazer o homem produzir mais e melhor.
3.1 Recompensas x Comportamento
“Os animais de laboratório são tipicamente subalimentados para haver certeza de que darão respostas à comida utilizada como reforçador. Da mesma forma, ‘ para levar os indivíduos a se comportarem de determinada maneira (…) eles devem estar (…) com uma carência suficiente para que as recompensas reforcem o comportamento desejado”. KOHN, 1998. pg.48.
É clássico o deslumbramento das recompensas, elas nos dão certeza do comportamento esperado, é com neste cenário de respostas que se funde a cultura histórica em inúmeras raças pela terra. As recompensas são motivacionais, são corruptas, estarão sempre subordinadas às condições ofertadas.
Os behavioristas se fundem aos programas sociais e políticos, ao empresariado, e às clássicas
“gaiolas” dos tradicionalistas dos moldes em educação: as vantagens são ofertadas sob linhas (em alavancas) de respostas, no comportamento aguardado (ao toque da alavanca a bolinha do alimento cai), todos seguem em fila diante da ração (recompensas), a salivação abundante (comportamento) do individuo, as garantias trabalhistas, a remuneração, cargos e salários, etc.
Vão se aguçando todas as experimentações de recompensas para se obter resultados.
Todo poder está condicionado às promessas de recompensas, assim como a fé, como citado por Kohn: fazendo o bem terá recompensas mesmo que seja depois desta vida. Diante de inúmeros exemplos, esquecemos do humano que somos e nos apegamos às crenças, fazendo delas vida e virtude, desconsiderando sua independência e o sentido próprio do raciocínio em delegar a si os seus máximos desejos, sem se corromper.
Nos acostumamos à recompensa – clássica em culturas tradicionalistas – fomos e ainda somos manipulados por suas vantagens, e corrompemos nosso comportamento seguindo o comando das ofertas. Todo sistema vai desenvolvendo seus métodos com um único objetivo a ser atingido, o comportamento esperado dos resultados.
3.2 Recompensas x Desempenho
“…não há evidência que indique que as pessoas trabalham mais produtivamente quando esperam ser recompensadas em proporção a seus desempenhos do que quando esperam ser igualmente recompensadas, ou na base de suas necessidades”DEUTSCH Morton, in KOHN (1998).
Há uma série de estudos elaborados com seres humanos de diferentes classes de produção, como na área educativa, desempenho em produção industrial, entre outras, de acordo com a citação de Morton Deutsch, por Kohn.
A procura de desempenho maior e melhor por parte de todos os setores tem uma série de preocupações. A motivação, esta palavra chave que vence quaisquer desafios, onde estaria ela? Nos citados estudos behavioristas? Nas chamadas recompensas?
É expressivo dizer que isso não ocorre, observando que o ‘reforço’ das recompensas se tornou, basicamente, direitos e não motivos. A liberdade de ação do indivíduo poderá conduzi-lo a melhores resultados? O problema maior reside na questão de como obter essa vantagem no ser humano. Assim, foram se registrando casos e estudos relatados por Kohn,
“As recompensas habitualmente melhoram o desempenho apenas em tarefas extremamente simples – quando não exige raciocínio – e, mesmo assim, só melhoram o desempenho quantitativo.”KOHN, 1998, pg 59
Este feedback não exige muito raciocínio – mesmo porque é próprio o sentido – o que se insere nesta questão é a crítica associativa, tanto a quantitativa quanto a qualitativa forma de desempenho. A busca do ideal nas motivações humanas parece o desafio máximo de toda corporação – industrial, empresarial, produtiva e educativa – fixa em todo o mundo. Prova disso são as competições de mercado promovendo suas marcas pela qualidade e fornecendo o número máximo de inserção no mercado de seus produtos. As exigências se somam, desde a formação pelo aprendizado, com mão de obra qualificada. O homem passa do início de sua formação educativa, sendo levado pelas ‘recompensas’ a um ‘desempenho’ esperado na sua continuidade ao longo da vida, como um ser inserido na sociedade, correspondendo aos anseios de um todo social.
No entanto, o mais agravante quando avaliamos o desempenho pelas recompensas, é quando se utiliza a criatividade, esse talento nato no ser, destruído por este tipo de abordagem.
“Os incentivos terão efeitos danosos no desempenho quando duas condições ocorrem: primeiro, quando a tarefa é suficiente interessante para o sujeito, de maneira que a oferta dos mesmos é uma fonte supérflua de motivação; segundo, quando solução não são imediatamente óbvios.” KOHN apud McGRAW, 1998, pg 59
A manipulação de pessoas por recompensas as torna com um grau acentuado de dependência a tarefas, não há iniciativas, criatividade. O controle pelas recompensas não visa a ética, mesmo assim esta estratégia, segundo Kohn, pode ter efeitos contrários.
3.3 Razões de fracasso do sistema de recompensas
“A suposição subjacente é de que existem exatamente duas alternativas: respostas punitivas ou reforço positivo, varas ou cenouras, ‘palmadas ou maçãs do amor’.” KOHN, 1998, pg.62
Segundo Kohn, as recompensas punem, pois a manipulação tem aparência de condenação, uma vez que o pagamento seja simbólico ou real, ele está devendo uma resposta dentro dessa oferta. Assim, no caso da educação, alguns alunos recebem e outros não. Por não fazer o que as recompensas determinaram não irá receber, ou seja, ela controla a manifestação, a seleção entre os indivíduos, ordenando ‘faça isso ou aquilo e terá’. Um fechamento de negócio puro e simples, quando o fazer deve ser um enorme prazer e satisfação, não caução de recompensas pelos prêmios ofertados.
Além do mais, as recompensas criam inimizades através de confrontos e competições, que em nada contribuem com a harmonia e a produção na sociedade, enquanto que a colaboração e a união têm mais a ofertar, e olhando o sentido coletivo das recompensas ainda será pior, pois sempre cabe a um romper e todos se voltarem a ele como culpado.
Isso gera ansiedade de corresponder ao desempenho e fazer por merecer pois, se não o fizer, outros atingirão seu posicionamento e ele mesmo perderá.
Geralmente, quando as pessoas focalizam os prêmios, perdem o esforço esperado, passam a olhar e não mais fazer como deveriam. ‘Se fizer isso terá aquilo’ , focalize a atenção no ‘aquilo’ em lugar do ‘isso’. Enfatizar grandes prêmios é a última estratégia que se deveria usar quando se dá importância à inovação. Será que as recompensas motivam as pessoas? Absolutamente não. Elas motivam as pessoas a consegui-las, mas não a fazer por qualidade e quantidade desejável.
Outro ponto de vista a ser avaliado em relação às motivações citadas por KOHN (1998)
“No entanto, é um fator freqüentemente negligenciado quando a sua tendência para induzir a uma ênfase na bajulação, em lugar de levar à confiança e a um sentimento de ser valorizado, em vez de apenas apoiado. Isto, combinado com seu impacto nos relacionamentos entre os que buscam os prêmios, percorre um longo caminho para explicar como as recompensas muitas vezes reduzem o desempenho.” KOHN (1998)
Caso o objetivo seja a excelência, nenhum incentivo artificial pode estar à altura do poder da motivação intrínseca. As pessoas que fazem um trabalho excepcional podem ficar contentes em serem pagas, e mais contentes ainda em serem bem pagas, mas não trabalham para receber pagamento. Trabalham porque amam aquilo que fazem. Poucos ficarão chocados com a notícia de que os motivadores extrínsecos são um pobre substituto do interesse genuíno pelo trabalho. De longe, o mais surpreendente é que as recompensas, assim como as punições, podem realmente corroer a motivação intrínseca que resulta em desempenho ótimo. Quanto mais um gerente enfatizar o que um empregado pode ganhar por um bom trabalho, menos interessado estará no trabalho em si. Quanto mais se é controlado, mais se tenderá a perder o interesse por aquilo que se está fazendo. Caso se vá ao trabalho pensando na possibilidade de conseguir um prêmio, passa-se a sentir que o próprio trabalho não está sendo auto-dirigido. Em lugar disso, é a recompensa que impulsiona o comportamento.
Outros teóricos defendem uma explicação mais simples para o efeito negativo que as recompensas têm sobre a motivação intrínseca: qualquer coisa apresentada como pré-requisito para outra coisa – quer dizer, como um meio para se chegar a outro fim – acaba sendo vista como menos desejável. Seja qual for à razão para esse efeito, todavia, qualquer sistema de incentivo ou pagamento por desempenho tende a tornar as pessoas menos entusiasmadas com relação a seu trabalho e, portanto, menos inclinadas a abordá-lo com o compromisso pela excelência. Contrariamente à sabedoria convencional, o uso de recompensas não é uma resposta à orientação extrínseca exibida por muitos trabalhadores.
Ao contrário, os incentivos ajudam a criar esse ponto de interesse pelas considerações financeiras. Quando uma organização usa administração skinneriana, ou sistema de compensação, as pessoas estão prontas a se tornarem menos interessadas em seu trabalho, precisando de incentivos extrínsecos antes de despender esforço. Nesse momento, os supervisores balançam a cabeça e dizem: “Você viu? Se não oferecer a eles recompensa, não farão nada”. Essa é a clássica profecia da auto-realização.
“A motivação intrínseca é o protótipo da forma de autodeterminação, ao passo que recompensas em geral parecem ter um significado controlador em alguma extensão e, conseqüentemente, no decorrer do processo, o risco de minar a motivação intrínseca.” Kohn, 1998, p. 90.
A motivação do mais íntimo do ser se compromete em decorrência dos ataques manipuladores extrínsecos ambientes como salientado por Kohn (1998).
4 – Fracassos do Behaviorismo na Prática
“Se o pensamento criativo necessita de um obstáculo, de um desafio, não se poderia desejar um melhor do que a uma crise. Se, por outro lado, ao estímulo negativo do desfio é preciso somar-se o estímulo positivo dos meios de trabalho e da promessa de recompensas, isto também não faltou . Desafiado pela crise, incentivado pelo status privilegiado que adquiriu na Nova República, o intelectual brasileiro deveria, segundo a lógica e as aparências, ter reagido de uma maneira mais animadora. E ai vem a pergunta decisiva: por que é que aquilo que diria ter acontecido não aconteceu?” CARVALHO, 1996. p. 239.
Esta questão levantada por Olavo de Carvalho, em seu livro O Imbecil Coletivo, arrazoa as condições na época da ditadura, dos movimentos intelectuais. A pergunta que ele faz é interessante diante do quadro existente na época. Uma vez livres para escrever e criar na década de 80, quando começa a abertura, num processo tímido, mas em crescente evolução, eles não correspondiam a este êxtase de momento em declarar o âmago de suas almas, mesmo diante de tantas ofertas de recompensas.
A crítica de Carvalho não se refere apenas à falta de inspiração, ele alega ainda outros fatores, tais como o de escrever pensamentos europeus e americanos e não os nossos, quando calava a alma diante dos aspectos inferidos pela ditadura. Ou seja, restava-lhes ainda o medo, cultivado pelo processo de imposição? Mas como, se a abertura se fazia presente? Tais recompensas, como monetária, ambiente favorável, e outras, porque não correspondiam?
O que este acontecimento tem a ver com os fracassos do behaviorismo na prática? Esta é uma das tantas abordagens que poderíamos citar na alocação do sentido cientificista da colocação behaviorista.
Experiências já constataram a ineficácia das recompensas. Há uma diferença entre ‘vender’ a sua força de trabalho e ‘fazer’ a sua obra. Este último tem espírito; quanto ao primeiro, é um processo que se corrompe no belo do humano que somos, e não é de nós, é dos outros por imposição, por obrigação negociada.
Entre várias citações de exemplos alojados em nossa sociedade, em todas esferas culturais, o fracasso na prática pode ser mencionado em todos os setores, como o aluno que não aprende de fato, de acordo com a crença popular de que ‘o professor finge que dá aula e o aluno finge que aprende’. Esse exemplo nos dá, por si só, uma resposta ao nosso questionamento: as chamadas recompensas dos processos condicionantes não fazem de nossos alunos melhores em iniciativas e, sim, fios condutores contínuos pela vida, seguindo sempre a mesma chamada behaviorista.
Para citar experiências como exemplos, estaríamos, aqui, criando volumes infinitos. Os behavioristas se tornaram as pragas culturais e corruptas de nossa sociedade, destruindo talentos; e poucos sobreviveram por amor a sua arte e se tornaram estrelas. Sem corromper a livre iniciativa, teríamos um “big bem” universal constante de tanta luz.
A ciência só tem efeito quando questionada, assim, questionar o behaviorismo, nas suas técnicas de recompensas condicionantes, é fazer de nossa inteligência a diferença entre o humano e o animal, é promover o racional do irracional, é criticar todos os processos de objetivos circundantes.
4.1 Fracassos no ambiente de trabalho
“Talvez esteja ai uma das maiores fontes de tensão. Com efeito, todo administrador se encontra diante do seguinte problema e não há um passo que ele dê, não há uma decisão que ele tome em matéria administrativa, sem que , conscientemente ou não, tome posição diante da seguinte escolha: Atingir os objetivos da organização ou atingir os objetivos das pessoas que trabalham nesta organização?” WEIL, 1983.
Essa questão reflete os parâmetros de uma administração. Qual seria a posição de gestão que acertaria a solução de tal problema? A paternalista, autocrática ou burocrática? Nenhuma dessas. O ideal, descrito por Weil, nos dá a visão mais conciliadora, até romântica, por assim dizer, de como conquistar as necessidades, tanto da empresa quanto da sua corporação. Isso é o que muitos estudiosos vêm abordando em suas consultas e especulações científicas.
“O decréscimo da lealdade às empresas resultou em funcionários muito mais inclinados a assumir a responsabilidade pelo próprio sucesso, em vez de depositar suas esperanças nas realizações da organização…”MATATHIA, 2004.
Este saldo é crescente pelo mundo afora, e as mudanças são crescentes nas relações de trabalho atuais e futuras. É necessário ser empresário de suas próprias capacidades, indo atrás de sua formação e qualificação profissional, mais por opção e não por saldos de recompensas, colocando ênfase em sua própria iniciativa de corresponder valores mútuos de produção e auto- realização – que é infinita esta particularidade tão expressiva no humano.
Matathia (2004) enfatiza que o grande problema de muitas corporações, no mundo todo, se deve às ações trabalhistas geradoras de conflitos, e que muitas das empresas buscam nos contratos temporários a solução para desviar-se destes encargos, o que resulta em outros problemas. Nem mesmo a diminuição das horas de trabalho, por alguns países europeus, conseguiu solucionar o problema, tanto para as empresas quanto para o trabalhador. Esse fracasso, tão presente em nossa sociedade, tem gerado uma série de preocupações sociais, buscando mais e mais definições que não levam a lugar algum. Esses conflitos pedem respostas urgentes. O fracasso no trabalho se deve a vários fatores: a não qualificação, diante das exigências de mercado; a vocação pelas recompensas; a insistência dos administradores em crer no suborno para obter resultados, mas que na prática não funciona.
Alvin Toffler (1980) descreve em seu livro, A Terceira Onda, a evolução do homem nos meios de trabalho, relatando as fases de mudanças decorridas e necessárias à conjuntura dos processos produtivos pela era industrial, provocando mudanças no comportamento, padronizando o homem à produção, sincronizando o espaço nas industrias, e regularizando o seu funcionamento como um todo.
Tão diferente da forma como veio da revolução industrial, o homem passa a ser definido como um ser individualizado, tanto como trabalhador quanto consumidor, na fase que se adentra em sua Terceira Onda. Os problemas decorrentes, nessa fase presente, são reflexos polêmicos diante das constantes mudanças nos meios de produção e focalização social, vinda, ainda, de forma tímida e não tão revolucionária como em outras fases da história humana, mas bem apercebida sob os signos constantes de evolução, diante dos acontecimentos entrelaçados na dependência de mercado e trabalho.
“O efeito líquido é levar-nos para longe da sociedade huxleyana e orwelliana de humanóides desindividualizados e sem rosto que sugeriria uma simples extensão das tendências da Segunda Onda e, em vez disso, para uma profusão de estilos de vida e personalidades mais altamente individualizadas, estamos observando o acesso de uma “mente pós-padronizada”. e um “público pós-padronizado”. TOFFLER, 1980.
É fato que o homem não é mais um produto padronizado em série como o foi na fase industrial. Ele exige mais do que as recompensas manipuladas pelos behavioristas, ele é criador de sua identidade, tem metas e trabalha dentro desses objetivos, e não pelos ditos reforços skinnerianos, que fazem o homem se deslocar e reagir como animaizinhos, mesmo porque inúmeros estudos citados por Kohn atestam a sua ineficiência.
4.2 Fracasso na sala de aula
“Qualquer coisa que leve a criança a pensar, de preferência em seu desempenho, minará seu interesse pela aprendizagem, seu desejo pelos desafios, e, por fim, a extensão de sua realização, Não admira que as recompensas tenham precisamente esses efeitos.” Kohn, 1998, p 170.
Todos se lembram do seu primeiro dia na escola, a alegria das descobertas, das novidades, a curiosidade. Depois de algum tempo, passam a contar os segundos para ir embora, toda a rotina vira tédio, e as recompensas programadas de nada têm efeito, nem mesmo os ditos reforços. A cada programa executado pelo sistema há mais desânimo, tanto dos docentes quanto dos discentes. Críticos se sucedem em lançar programas que reforçam e só pioram mais ainda o sistema behaviorista. Recompensas coletivas criam inimizades; comparativas, tornam-se seletivas e excludentes. Isso é evidente, mas ainda teimam em reforçar e insistir em méritos comprovadamente falidos.
O sistema educativo, se estudado realisticamente, sem teorias poéticas, como afirmam alguns tradicionalistas, ou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que aponta parâmetros de ideais, a serem seguidos como norma, mas que não são aplicadas, se perdem com recompensas nos estímulos condicionantes, que desfiguram todo o ideal. O pior é que esse sistema destrói talentos natos, que poderiam ser desenvolvidos para promover realizações pessoais e sociais.
Os alunos não aprendem a dissociar desafios e obrigações, sendo este o sentido fundamental da iniciativa no homem. São manipulados a seguirem padrões de formação em série, como se fossem peças produzidas industrialmente, sem julgar que, em cada um, o talento é um dom nato na personalidade do ser humano. A escola é o princípio dos problemas posteriores de nossa sociedade. A complexidade, os traumas e os talentos destruídos, ou não incentivados e direcionados, conduzem à produção em série de indivíduos frustrados, e poucos sobrevivem à forma pré-moldada pelo sistema Skinneriano.
“Se quisermos que as crianças tornem-se capazes de agir com convicção pessoal sobre o que é certo (…) temos que reduzir nosso poder de adultos e evitar o mais possível o uso de recompensas e punições.” KAMII, in KOHN, 1998. p.171.
Talentos podados têm no papel behaviorista a sua marca principal, visto que ‘era’ importante recompensar o indivíduo pelo trabalho executado como máquina, e não deveria pensar, isso não é de importância, a manivela que sustenta o sistema são roldanas do interesse do capital acionário do poder. Assim como Kohn (1998) nós dá um horizonte a necessária mudanças no gerador do sistema em torná-lo mais humano do que máquinas, a começar por nossas crianças na sua formação escolar.
4.3 Fracasso no Desenvolvimento infantil
Há muita informação nos meios literários sobre desenvolvimento infantil. Muitos autores e pesquisadores vão somando experiências e abordando temas cheios de constatação científica de casos e casos, índices e parâmetros estatísticos, fazendo definições abrangentes de situações idênticas. Mas, a que levam todos esses estudos sobre o desenvolvimento infantil?
Essa preocupação não é em vão, é à base da estrutura da formação do homem em seu meio social. Assim, qual seria a receita de uma educação condizente com essa colocação?
Há alguns pontos a serem discutidos, como por exemplo, a eliminação do comportamento indesejado através de duras punições, ou seria a falta de promoção de valores positivos e habilidades? É certo dar limites, evocando princípios de defesa consciente? E quando há perda do controle diante da desobediência?
A aplicação de punição só ensina o poder, ao invés de orientar sobre as vantagens de se portar bem. A desobediência é o desafio ao poder do adulto, próprio da natureza humana. Kohn defende a idéia do espaço medido de responsabilidade para a criança. O diálogo é muito mais importante do que o suborno behaviorista.
As ponderações são bem melhores, pois não seriam temporárias como um pagamento momentâneo, mas um célebre ato de reflexão, perpétuo de aprendizado. Esse é um princípio de segurança, que fornece condições de iniciativa e aceitação de desafios. Sendo alimentada emocionalmente, a criança reconhece o respeito do outro, o que torna claro que, num ambiente propício, o desenvolvimento acontece.
A imagem do adulto é de fundamental importância pois ele reflete constantemente como o ideal de postura. A herança de atitude no ser humano é clássica.
Nunca diga ‘não’ sem uma resposta coerente, pois o raciocínio da criança é rápido. Ela é exigente constantemente, privar e punir como resposta é fracasso certo de seu desenvolvimento.
A criança vive a ciência o tempo todo, dar respostas sempre e até instigar a curiosidade é uma forma de proporcionar a possibilidade de realizações futuras.
O Sistema de Educação Pública tem enfrentado alguns problemas, pois se depara com situações desafiadoras advindas da formação familiar. O enredo se torna pior pois não há um tratamento particular para cada problema, a individualidade de cada um não é respeitada, o consórcio entre pais e mestres é de difícil acesso. Já foi constatada que os alunos problemáticos têm em seu seio familiar formação deficiente, sendo que nunca há uma visita desses pais à escola. Assim, o Sistema se perde entre o que trouxe essa criança à Escola e a continuidade de um outro processo que não irá resultar numa resposta de salvação a ela. O problema das recompensas coletivas ou punitivas seguirá o seu caminho, sustentando o fracasso na formação do indivíduo, em seu desenvolvimento.
“Recompensas e punições interferem ativamente com o que se está tentando fazer em casa e na escola. Elas anulam os melhores esforços para se promoverem valores positivos, e solapam as estratégias”. KOHN, 1998. p.267.
Desta forma, não se pode condenar tão somente uma das partes, mais a associação de ambas, tanto do eixo familiar quando dos estabelecimentos de ensino, sem uma não haverá complemento em outra, e vice-versa. O sistema Behaviorista é o vício nato do homem, o mais primitivo condicionante da história social passado de geração a geração, pelas clássicas ondas antecedentes da revolução industrial em criar peças de humanóides automáticas Toffler (1980).
5 Alternativas ao Sistema de Recompensas
Quando atribuímos a chegado do século XXI a um novo pensar é porque o homem reconheceu a sua procura, sua deficiência, suas metas, seu espaço, seu poder, não aceita mais o sentido mercantilista mecanicista advindo do capitalismo selvagem.
A comunicação cumpriu seu papel, informou o homem de suas capacidades e possibilidades de se realizar, a globalização não trouxe só as possibilidades, trouxe a polêmica da desigualdade, e com ela o questionamento intrínseco da teia humana. Os valores admoestados pela história o fizeram reconhecer-se.
O humano cobra seu espaço e sua felicidade nas alternativas possíveis de se realizar. Não são mais aceitáveis as condições impostas, reguladoras ou complacentes de um determinado espaço. Não é mais aceitável a trituração dos ideais, quando os mesmos já nascem para serem não só contemplados com reconhecimento, mas como produção, contribuindo para o seu meio social.
As figuras históricas são mastigadas pela educação como ideal humano, mas todas elas sobreviveram ao caos definido pelo sistema de sua época, que ainda convivemos como forma de adestrar as exigências imposta por uma determinada sociedade e sua cultura.
Já é tempo de aceitar as mudanças, e não fazer delas uma polêmica de sentidos sendo evasivamente julgadas como incômodas, uma vez que os paradigmas servem para contribuir com a civilização, e não o contrário.
Então perguntamos, porque continuamos compulsoriamente a suplantar os impulsos das mudanças necessárias?
Já é tempo de ver o homem como capaz de ser feliz, de se realizar, de ser respeitado, não por seu status, mas por sua capacidade e por seu talento, como valores intrínsecos. É tempo de ver no sentido social a contribuição de todos nós, seguindo um único objetivo. Já é o momento de reconhecer nossas raízes, o poder da sobrevivência, da construção de nossa história, o legado de nossos alicerces.
Alternativa às recompensas medíocres das podas humanas é estabelecer um valor maior, a capacidade de auto-realizar-se, de livre ser e viver, de ter a sua crítica construída no olhar de possibilidades. Quantas contribuições existem no homem, vetadas ou podadas pelas recompensas que não reconhecem os valores maiores da liberdade, que fazem o homem agir, fortalecendo suas bases. É de uma visão míope e medíocre a forma castrada do talento quando mede a sua gratificação, limitando a possibilidade maior de contribuição, este estigma do viver, de ter metas, de criar e de finalmente ver vencidos os trilhos dos empecilhos impostos pela própria natureza, quando esta mesma é generosa e não os seus consórcios sociais de interesse, que deveriam ser muito mais por si mesmo complacentes, visto que a soma dos ideais é doação para o próprio núcleo social dos seus conviveres.
Cabe aos líderes, gestores e especialistas em RH a criação de novos padrões na gestão do trabalho, para que as pessoas possam reencontrar o significado, a segurança e a estabilidade em suas vidas.
A gerência das relações de trabalho assume uma outra dimensão. Pois, como sabemos, cada organização possui exigências próprias do perfil dos seus profissionais relativas a conhecimentos técnicos, funcionais e habilidades interpessoais. Além disso, não podemos esquecer a tendência da idéia do sucesso pessoal incluir outros critérios diferentes e até conflitantes ao ambiente do trabalho. O importante em qualquer atividade é fazê-la por ideal, movida pelo dom e não pelas recompensas.
É interessante quando observamos que a conquista de melhores salários, prêmios e recompensas, representa perdas para aqueles que não foram contemplados. Por este motivo, as pessoas tendem progressivamente, talvez sem sabê-lo, e com certeza sem dizê-lo, a uma disputa permanente, como se fosse uma verdadeira guerra por maiores gratificações. Quanto mais se obtém salários, honras, aplausos e fama, maior quantidade se necessitará. Porém, existe ainda algo mais: a consciência do orgulho em relação a um trabalho bem feito. Neste caso, o executor da tarefa poderá obter a satisfação interior, a realização intrínseca. Não se quer dizer com isso que não seja gratificante o reconhecimento traduzido por valores monetários. Mas, não é o único, nem talvez o mais importante. Há, também, a satisfação que as pessoas sentem quando aplicam os seus talentos e capacidades.
Embora seja verdade que somente agora, nesse início de século, venha se esboçando no mundo do trabalho a busca de um equilíbrio que possibilite a combinação da emotividade e do sentimento com a instrumentalidade da atividade profissional.
Em todo segmento social e em todas as circunstâncias deve-se avaliar todo extrínseco sistema na valorização do homem em sua capacidade de fazer, e fazer por realizar-se. É necessário pesar o intrínseco sentido do auto-reconhecer-se e escrutinar os caminhos da felicidade, quando ela mesma está no poder de construir seus alicerces em prol de sua satisfação.
5.1 Motivação extrínseca
O sistema behaviorista cria nas motivações extrínsecas (ambiente favorável) condicionamento manipulador através dos subornos, ofertando quantas forem as recompensas em forma de salários e outras compensações, com intenções de atingir melhores resultados. O jargão “Você é pago pra fazer, não é pago para pensar!” é o sistema regulador do índice de vantagens. Outros termos – “Tem de trabalhar em Equipe”-, que também faz parte das motivações extrínsecas. Os investimentos profissionais através das capacitações técnicas, fazem parte da contabilidade, sendo definida como investimento às recompensas.
Todas motivações extrínsecas são as condições ofertadas tanto para o sistema behaviorista quanto à filosofia humanista, a diferença existe sobre a intenção alocada à sua aplicação. A motivação humanista coloca nos extrínsecos as condições básicas na sustentação das escalas das necessidades – são processos motivacionais – o ambiente sendo propício ao desenvolvimento saudável do indivíduo nas necessidades fisiológicas, e não a recompensa, criando o cerne da tutela operacional e corrupta de produção e aprendizagem.
Todo o processo de recompensa pune, porque impõe limitações ao individuo, essa característica frustrante de incentivo extrínseca. Ela vem ameaçadora, contingencional ou branda, de forma corrupta destituindo valores existentes nas capacidades inerentes ao humano, veta todo o processo intrínseco de todo elemento e classes culturais do individuo. Os extrínsecos das recompensas têm, ainda, o papel de punir. Uma das punições existentes é a fomentação do medo ante o erro, pela perda das vantagens ou ser zombado por ela.
Na verdade, muitos dos processos extrínsecos são grades nas limitações, geradas pelo medo ao risco através dos ensaios de “ser e fazer” melhor do que “é e faz”. Então, a forma de se pensar na palavra “extrínseca” remete a condições não domadoras, e de provisões necessárias ao avanço das escalas motivacionais, reconhecendo o fato de que toda elaboração científica não é imune a erros.
“…pode recorrer a motivadores extrínsecos para induzir as crianças a agir com responsabilidade. Todavia, essa dicotomia passa por cima da possibilidade de ajudá-las a internalizar um compromisso para tais ações, e a fazer isso de tal maneira que elas venham a sentir um senso de autodeterminação sobre o assunto, e, finalmente, sejam capazes de decidir por si mesmas que tipo de pessoas querem ser.” KOHN, 1998, p. 284.
A liberdade de ser e de agir citada por Kohn elucida uma resposta favorável à prática pedagógica mais coerente.
5. 2Motivadores intrínsecos
“Para a compreensão dos efeitos das recompensas, parece ser suficiente definir a motivação intrínseca como o desejo de envolver-se numa atividade pelo que ela é, isto é, exatamente pela satisfação que ela provê. Isto sugere um contraste marcante com a motivação extrínseca a qual se refere à atividade desempenhada por alguém devido a algum outro benefício propiciado pela mesma.” KOHN, 1998, p.280.
Seguindo a definição de Kohn, (1998) as motivações reais estão dentro de nós, o que é explicitamente contestado pelo sistema behaviorista. A autonomia faz parte dos sentidos intrínsecos no indivíduo, o que leva a buscar condições e caminhos à sua realização, o prazer de fazer. Atingir esse ponto é crucial, se havemos de ter o melhor, o máximo no ser humano. Tanto é que as motivações são à base dos contingentes da produção.
A qualidade do serviço refere-se à autonomia, significado, segurança e oportunidades de melhoria. O apoio do local de trabalho é subdividido em tratamento respeitoso, oportunidade igual e flexibilidade, e relações de apoio na equipe.
A motivação não provém de esquemas de incentivo, bônus ou recompensas extrínsecas, mas da realização sistemática dos critérios que interessam aos próprios trabalhadores. Estes experimentam seu trabalho como algo que gostam de fazer, algo que lhes traz uma satisfação intrínseca. Não há recompensa nos sentidos intrínsecos, ela emana no íntimo desejo de fazer, quando a tarefa lhe é interessante, ou, ela até é feita mas não com os sentidos de prazer, ainda mais quando é promovida pelas intenções de cobranças e podas de recompensas.
Quando as iniciativas são expressivas e o tempo na realização da tarefa é satisfatório, são indícios de que os intrínsecos desejos partem do íntimo do individuo, e as extrínsecas recompensas não se evidenciam. Certos de que o estimulo na representatividade íntima dos definidos papéis de responsabilidades se agrupam espontaneamente nos impulsos definidos pelo sujeito.
O ser humano é movido pelos intrínsecos sentidos de valorização abstrata do próprio ser, tais como: autoconhecimento, crença em seus valores culturais e morais, respeito pelas diferenças individuais, espírito próprio de associação, valorização do bem estar físico, paixão pelo produto ou o processo de realização profissional. Destes códigos interpretados e distintamente descritos ante a necessidade, configura a exposição dos aditivos motivacionais. Se continuar a criar a oportunidade de explorar seu próprio potencial através da exploração do potencial da empresa, então teremos um sistema reforçador positivo.
O modelo certo de reforço e fazer com que as pessoas se sintam recompensadas, satisfeitas e realizadas com isso, ao invés de sentirem como se a única recompensa possível ou satisfação que possam obter é mais um aumento ou mais um cheque de bônus. O sentido da livre iniciativa é compreendido pela busca da auto-realização.
5.3 Motivação no ambiente de trabalho
Exemplos expostos ao sentido intrínseco motivacional no ambiente de trabalho são, tão somente, resultados da livre iniciativa em processos de confiança e limitações físicas estruturais, deixando espaço a criar e levar o prazer de realizar-se.
É necessário visualizar mudanças, redefinir atuações, adequando procedimentos. Cada vez mais o homem assume seu espaço, personalizando sua função, e caracterizando todo o seu empreendimento de ser e fazer. Não personalizamos apenas o cliente como já acreditado neste novo mercado, onde a marca carimba seu perfil, mas os que estão por trás desta marca, os que contribuem na produção, na elevação desta marca.
Visualizar o objeto e contemplar as mãos que dele fizeram parte, cada um distintamente tem sua dada importância. Não é fazer do RH o sentido poético, sensacionalista, emocional ou psicológico, é fazer dele de fato “Recursos Humanos”, bem ‘humano mesmo’, e não máquinas, e investindo em recompensas de mão de obra. Personalizar os funcionários e caracterizar todo o sentido desta marca, no sentido corporativo e responsável frente aos stakeholders de toda a empresa.
A ruptura social por si só, em termos culturais, não se desfaz rapidamente, mas a conjuntura econômica mostrará a força ante as mudanças. Assim, urge aceitar e vencer os paradigmas impostos pelo mercado, compreendendo o homem não como agente a ser manipulado, mas sendo este o manipulador das iniciativas contributivas, em conjunto a si mesmo e à empresa.
5.4 Motivação na aprendizagem
“Conforme admitem animadamente os behavoristas, as teorias sobre recompensas e diversos programas práticos de modificação de comportamento são, na maior parte, baseadas em trabalhos com ratos e pombos. A suposição subjacente, de acordo com um crítico, parece ser o rato semimorto de fome na gaiola, sem ter virtualmente nada mais a fazer a na ser pressionar uma alavanca para obter comida, apreende a essência virtualmente de todo o comportamento humano.” KOHN, 1998, p.37.
O universo da aprendizagem está na natureza humana por si mesma, uma vez que a cognição é expressiva aos primeiros contatos do nascimento. A curiosidade é peculiar ao ser humano, e não ao animal, uma vez que não somos guiados pelo instinto. O sentido global sempre é movido a conquistar outros espaços em nossas atividades e lazer.
A motivação na aprendizagem está nos aspectos mais intrínsecos das atividades. Está envolta pelas capacidades correspondentes motoras que devem impor não a punição ou recompensas, mas desafios, pois é próprio do homem se excitar com as novidades, quando este é instigado a fazê-lo, e fazer por si mesmo.
Conciliar as razões da aprendizagem com os aspectos da motivação está na base de um currículo correto, proporcionando um clima escolar adequado, que forneça as iniciativas criadoras por si mesmas e não as que são impostas.
Quando se faz da aprendizagem um laboratório tanto visual e vivenciado de atividades, quando se respeita a individualidade de cada um como chave fundamental para seu futuro, criam-se oportunidades para o crescimento; e não apenas dizer simples frases como: “Se você quiser vencer na vida, tem de estudar”; mas em oposição, “Se você quer ser feliz na vida tem de aprender a fazer o que deseja fazer!”. Reconhecimento e recompensas serão apenas automáticos na definição posterior, durante o percurso profissional da vida. Esta deve ser a nova mentalidade cultural do século XXI.
Avaliação tem sido um transbordar de teses e definições claramente reconhecidas de que classificação por nota não corresponde, em definitivo, a nenhuma capacidade. Reconhecer o sentido progressivo da aprendizagem atesta apenas a sondagem de forma geral, não o desempenho em definitivo.
É preciso reconhecer a prática em conjunto com a teoria, é preciso presenciar o entusiasmo de aprender, pois sem ele torna-se obrigatório e não condutor de resultados. É preciso romper com as chamadas recompensas behavioristas, e supor as capacidades envoltas com grande expectativa de ação, e não um feedback de barras para atingir em si, remetendo à sobrevivência ante ao alimento dado a ratos de laboratório. E mesmo a expectativa acionada do estímulo salivar de um cão, como se fôssemos o tempo todo subordinados a fazer sobre manipulação.
5.5 Eliminação das recompensas no desenvolvimento infantil
“Começaremos com a idéia de que a educação é um processo de desenvolvimento de acordo com a natureza, segundo afirma Rousseau, que contrapunha o natural ao social e em seguida passaremos para a concepção contrária da eficiência social que, com freqüência contrapõe o social ao natural. ”Dewey, 1936. p 121
O comentário de Dewey atesta nas palavras de Rousseau algo especial sobre aprendizagem. Se o processo do desenvolvimento for de acordo com a natureza, iremos intuir que parte do humano a sua investigação, sua curiosidade. Então, lembramos de nós mesmos ou de muitas crianças especulativas, criativas, impulsionadas a descobrir o mundo, ávidas pelo conhecimento. Todas elas têm pressa de saber, como se tivessem pouco tempo para aprender muito. Ninguém negará que todos estes fatos ocorreram conosco em um determinado tempo, e acontece com todos os seres.
Então, ao serem introduzidos ao sistema ‘social’, como citado por Dewey (1936), eles se rompem nas teses behavioristas, na caracterização dos ensaios a animais irracionais, manipulados à configuração de produtos em série, homogeneizados, conduzidos ao matadouro da realização. Podados para serem funcionais pelas correntes mercantilistas e escravas do capitalismo, tornando-os drogados, viciados pelas recompensas, aceitando todos os subornos prostitutos ofertados por uma dada sociedade e cultura. É tão grande o obscurantismo tradicionalista que deforma o que vem do natural, tão agraciado, tão elevado espírito gerador da curiosidade científica, sendo natural em todos nós desde o nascimento. Cabe tão somente o fornecimento do poder à livre iniciativa.
A recompensa maior já nasce conosco, ela nos é dada, como foi concebido em nós cada órgão vital ao suprimento da vida. Ao invés de castrar essa doação, deveríamos participar deste estado de investigação, manipulando o aprendizado, fazendo do saber um grande laboratório vivenciado, plantificado da investigação científica, assim como Rousseau nos apresenta nas palavras de Dewey.
“Recebemos a educação de três fontes”, diz Rousseau, “da natureza, dos homens e das coisas. O desenvolvimento espontâneo de nossos órgãos e aptidões constitui a educação da natureza. O uso que nos ensinaram a dar a este desenvolvimento, devemo-lo à educação dada pelos homens. A aquisição de experiência pessoal por meio dos objetos que nos cercam constitui a das coisas. Somente quando estas três espécies de educação se harmonizam e se orientam para o mesmo fim é que um homem se dirige para seu verdadeiro destino.” Dewey, 1936. p.122
Ao invés de dar as nossas crianças uma educação como peças pré-moldadas – que seria um crime – devemos tão somente dar condições para que as mesmas aprendam a seguir seus passos, trabalhando as diretrizes citadas por Dewey (1936).
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