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Eu sou mais um no meio dessa multidao chamada babilonia visando compreender sempre os seres humanos com seus comportamentos imprevisiveis... QUERO TROCAR IDEIAS SOBRE ARTES, MUSICA, POSITIVISMO, FISICA ENERGETICA MUNDANA, ESPORTES E NATUREZA.

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vampiros emocionais



Vampiros Emocionais - Parasitas da Alma

A propósito de algo que me aconteceu, pelo menos duas vezes com pessoas diferentes mas com características comuns, criando-se relações de uma certa dependência e nas quais fiquei completamente esgotado em termos de energia e um pouco à deriva. Seguindo o conselho de amigos que me ajudaram a ver para além da ilusão e me mostraram o estado em que me encontrava, decidi procurar respostas, não só para o meu comportamento, mas também para o facto da permissividade que deu origem a tais relacionamentos. Apesar da pesquisa que fiz e do muito que li sobre este assunto resolvi sintetizar o mais possível e centrar-me nas minhas próprias experiências e nas de outras de pessoas que conheci e que por elas me foram relatadas. Hoje muitas coisas fazem bastante mais sentido do que anteriormente, mas de qualquer modo, o tema Vampiros Emocionais é muito mais vasto do que abordo aqui e por isso no final, recomendo um livro que, melhor do que tudo o que escrevo aqui vos poderá elucidar sobre este tema e ainda um site de um psicólogo que sintetiza na perfeição aquilo que acontece a quem passa por estas experiências. No entanto, apesar de tudo reconheço que somos nós que nos deixamos seduzir e abrimos as portas para o vampiro entrar.


A minha amiga Kuska trouxe-me uma revista feminina na qual leu um artigo que lhe despertou o interesse e lhe pareceu relevante para o meu caso e até para outros que conhecemos. O artigo é sobre Vampirismo Emocional, algo de que eu nunca ouvira falar até ali. Por esse artigo compreendi muitas coisas e percebi muitos dos porquês da minha conduta, não obstante as duas relações problemáticas que tive, terem um intervalo de 7 anos. Uma ocorreu por volta de 2001 e outra começou em 2008 e terminou já em 2009. A verdade é que o dito artigo me apontou vários cenários que rapidamente reconheci e mostrou-me porque tais situações aconteceram. Pelo que li e pela informação que recolhi posteriormente, fiquei a saber que todos nós num determinado momento podemos ser “vampiros emocionais” sem que haja nisso patologia, simplesmente vamos buscar apoio e energia quando nos sentimos em baixo ou desejamos muito algo que alguém nos pode proporcionar, nem que seja ouvir-nos relatar as nossas pseudo desgraças momentâneas. Não existe nada de mal nisso, faz parte do intercâmbio, do relacionamento entre pessoas. Mas a coisa fica mais grave quando nos deparamos com pessoas que são exímias em roubar energia aos outros e o fazem sistematicamente de forma um tanto ou quanto premeditada e sem qualquer espécie de escrúpulo. Atenção que tais pessoas são doentes e muitas das vezes nem têm consciência de que o estão a fazer. Mas quem são estes “vampiros” e de que tipo? O psicólogo americano Albert Bernstein definiu no seu livro Vampiros Emocionais (editado em português do brasil pela Campus), os tipos mais comuns destes parasitas da alma que nos sugam a energia.

Nem sempre é fácil percebermos que estamos a ser vítimas de um vampiro emocional pois eles exploram as nossas fraquezas de forma hábil e só muito tarde nos apercebemos que estamos a ser sugados. Segundo Bernstein as principais vítimas destes sugadores de energia inserem-se em duas categorias:
1 – Pessoas susceptíveis aos altos e baixos da vida e extremamente sensíveis ao que os rodeia e ao sofrimento alheio;
2 - Pessoas com uma enorme energia positiva, do tipo que oferecem ajudam sem esperar nada em troca.

Se compreendermos bem estes dois conceitos e formos suficientemente honestos para nos identificarmos com uma destas duas características, ou mesmo das duas, estaremos a iniciar um processo gradual de defesa e imunização a tais parasitas. Mas saliento que, em qualquer das categorias somos um forte apelo para qualquer vampiro emocional experiente, ele reconhecer-nos-à de imediato e quanto mais experiente ele for, mais rapidamente tudo fará para não nos deixar fugir. Quando um destes “vampiros” encontra uma vítima não deixará que a pessoa se afaste, mantê-la-à presa até conseguir fazer de nós os seu vício. Um dos métodos mais comuns é repetir continuamente o que ele supõe ser o que nos atraiu até ele. Esta é uma das suas técnicas. A verdade é que sem nos darmos conta convidamo-lo e entrar na nossa vida e ele instalar-se-à nela aproveitando-se ao máximo da nossa energia. Ele fará de nós o seu ídolo, o seu maior apoio, mostrar-nos-à quanto somos importantes para ele e que nunca ninguém antes de nós conseguiu tal empatia. Mais cedo ou mais tarde incitar-nos-à a realizar todos os seus anseios, em que nos incluirá obviamente, ao mesmo tempo que acabamos por o incluir nos nossos. Tudo parece perfeito, mas a verdade é que acabamos colocando sobre os nossos ombros um peso insuportável. Quando nos sentirmos orgulhosos de ser tão inexplicavelmente úteis e importantes, entramos na fase seguinte: dar sem receber nada em troca. As histórias variam de “vampiro” para “vampiro”, mas entre os traços mais comuns encontra-se o vitimizarem-se. Pais que não gostam deles, relações amorosas traumatizantes, etc, etc… Na verdade todos eles apresentam uma história que nos impele a sentir uns enorme simpatia por eles e a querermos ajudar, demonstrando que ainda existem boas pessoas. Pois é meus amigos, a verdade é que essas criaturas na realidade não querem nem a nossa ajuda, nem a nossa amizade, na verdade para eles nós somos apenas um alimento emocional que satisfaz a sua necessidade de sugar a nossa energia sem nada dar em troca. Acreditem ou não eles são exímios em explorar os nossos pontos frágeis e levarem-nos a acreditar através das palavras e mentiras que são a alma gémea porque tanto ansiámos. Inicialmente encantamo-nos, apaixonamo-nos e tudo parece um mar de felicidade, mas gradualmente tudo isso vai desaparecendo, começamos a andar ansiosos, aquela relação torna-se obsessiva, nada mais existe para nós que não seja aquela relação, aquela pessoa. Quem consegue libertar-se fica invariavelmente marcado pela intensidade da experiência, os que não se libertam vão sendo consumidos gradualmente e muitos destroem a sua vida em prol daquela relação doentia, alguns vão mesmo até ao suicídio.

Muitos de vós estarão a perguntar-se como é possível deixarmo-nos enredar numa relação desta natureza. O que acontece meus amigos é que estes “vampiros” são peritos em explorar todas as nossas fraquezas e não se poupam a esforços para nos manter sob controlo. Nessa falta de reciprocidade o vampiro emocional recorre frequentemente a elogios e agradecimentos, promessas; é até capaz de chorar fazendo-nos crer que somos únicos na vida dele e que jamais alguém tinha feito fosse o que fosse por ele, antes de nós aparecermos. Neste campo podem existir variações dependendo da pessoa com quem estamos a lidar. Mas pelo menos um ponto é comum: todas falam de projectos que querem realizar, muitas ideias, muita conversa, mas com o passar do tempo verificamos que nada fazem, a menos que nós criemos as condições para tal. Mais uma vez aqui podem existir variações tendo em conta as condições económico-sociais do “vampiro”. As fórmulas são variadas mas todas conduzem a um mesmo: fim cravar profundamente os caninos no nosso ego e alimentarem-se da nossa energia. Não esperem que um vampiro emocional tenha qualquer espécie de reconhecimento pelo que quer que seja que façam por ele. Por mais doloroso que isso nos possa parecer tais pessoas não reconhecem nada, não são capazes de o fazer. Para elas o único objectivo é alimentarem-se de nós a qualquer preço, mesmo que tenham que mentir descaradamente, tudo é válido para não nos deixar fugir.

Mas então e nós?
Por incrível que pareça, sem nos darmos conta entramos nesse tipo de relação e gradualmente sentimo-nos dominados mas impotentes. A verdade é que quase sem querer o vampiro torna-se tudo para nós, a nossa razão de existir, ficamos dependentes dele e nada mais conta. Claro que aqui a culpa é nossa pois deixámos que nos dominassem, mas acreditem que por vezes nem damos por isso. Noutros casos estamos permeáveis a que tal aconteça e só damos por isso tarde demais. Quanto tempo pode durar uma relação deste tipo? Depende muito da pessoa que está a ser sugada. Enquanto ela se deixar sugar o “vampiro” não a larga e mesmo quando tal pessoa começa a dar mostras de querer cortar a relação, o “vampiro” exercerá maior pressão, mas simultaneamente começa a preparar outra vítima, para o caso da que tem lhe fugir.

Não nos iludamos. Quando tiramos a máscara a um vampiro emocional ele não se verá tal e qual é. Tal como os vampiros mitológicos, a imagem destes vampiros emocionais não aparece no espelho, eles nunca se vêm como na realidade são. Quando descobrimos o que eles são na realidade nem sequer os podemos qualificar de maus, imaturos, frustrados, narcisistas, introvertidos muito embora aparentem o contrário por vezes criando uma imagem que projectam e que sabem ser atractiva para certo tipo de vítimas. A maior parte destes “vampiros” tem um temperamento ciclotímico com ciclos mais ou menos rápidos. Por não se conseguirem ver no espelho tal como são é impossível uma análise mais critica da sua parte.
Quando um vampiro emocional é desmascarado e lhe mostramos através das suas próprias palavras, documentos e demais evidências irrefutáveis, não esperem que ele se arrependa ou altere o seu comportamento. Pelo contrário, o “vampiro” quando é desmascarado ficará extremamente exasperado e inconsequente; apenas atrairemos a sua ira. Regra geral o “vampiro” sentir-se-à injustiçado e ao sentir que perdeu o controlo sobre nós passará a considerar-nos como mais uma das pessoas que lhe fez mal e que a iludiu. Nós seremos mais uma história que ele contará à próxima vítima distorcendo tudo pois é dessa forma que ele se vê. Na verdade não são pessoas más, apenas pessoas doentes que necessitam de ajuda especializada, mas à qual, na maior parte dos casos não recorrem pois não têm consciência de que estão doentes.

Quando passamos por experiências como estas, independentemente do tempo de duração e das consequências que tal relacionamento provocou, o importante é que tenhamos a coragem de lhe colocar um ponto final e afastarmo-nos imediatamente de tais pessoas. Quanto mais longe ficarmos do seu fascínio e das suas palavras hipnotizadoras mais rapidamente nos apercebemos da realidade e gradualmente vamos reconstituindo um puzzle que sempre esteve ali na nossa frente e não o conseguimos ver. Na maior parte dos casos durante este tipo de relação o “vampiro” menciona várias pessoas, mascara-as segundo a perspectiva que lhe interessa mais apresentar, mas se estivermos atentos verificaremos que de cada vez que o “vampiro” fala dessas pessoas muda sempre um detalhe ou outro e que aquilo não bate certo com o que nos dissera anteriormente. O ideal seria poder confrontar o ”vampiro” com anteriores vítimas, mas isso nem sempre é possível. Mas o importante é conseguirmos libertar-nos da sua influência e libertar a nossa mente dos conceitos que o “vampiro” instalou no nosso ego. Isto não é fácil e pode até ser doloroso durante algum tempo. Na verdade isto é como uma droga que nos vicía e que quando nos falta provoca ressaca. Mas acreditem que passa e com a ajuda do tempo e das pessoas que nos apoiam em breve estaremos recompostos. É importante procurar descobrir como e porquê nos deixámos subjugar daquela forma. Isto pode passar pela auto-análise, mas também pode ser necessário falar com um bom terapeuta que nos ajudará a identificar padrões que possibilitam a entrada de tais “vampiros” na nossa vida.
Entretanto, no meio disto tudo subsiste uma questão que é: o que acontece com o “vampiro”?
Muito embora a maior parte de nós nunca o chegue a saber a verdade é que privado da nossa fiel e constante presença o “vampiro” fica desesperado, mas jamais irá expor as evidências que nós constatámos e com as quais o desmascarámos. Depois de um breve período de calma e aparente desânimo o “vampiro” já estará em busca de nova vítima, se é que não tinha já uma em perspectiva e aí mais rapidamente recuperará da perda. Desiludam-se aqueles que pensem que o “vampiro” se lembrará deles. A única forma de que o “vampiro” se recordará de nós será para nos usar como referência para as suas lamentações sedutoras, com o objectivo de capturar mais uma temporária vítima.

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